terça-feira, 2 de maio de 2017

O lado ruim do círculo é que uma hora a gente volta pro mesmo lugar

Tudo tudo tudo são ciclos.
Tá ruim? Vai passar.
Tá bom? Vai também.
Pelo menos é certo que a gente não vai ficar o tempo todo na fossa. Infelizmente também é certo que uma hora a gente volta.

domingo, 25 de setembro de 2016

Por quatro anos eu me senti a maior incompetente do planeta terra.
Achei que nunca ia me virar, dar minhas aulas, procurar emprego, me sentir feliz sozinha, fazer amigos, ter companhias que realmente gostassem de mim e, pasmem, andar de bicicleta.

Cada dia que passa eu provo pra mim mesma que eu sou totalmente capaz, e mais, competente.
Cada dia que passa eu gosto mais de mim.
Gosto do meu jeito de trabalhar. Gosto de andar de bicicleta sozinha, ver filme e gargalhar sozinha. Gosto de beber. Gosto dos meus gatos e dos meus livros. Gosto das minhas gordurinhas e do meu cabelo verde.

Tudo que passou, graças a (insira aqui sua entidade favorita. a minha é a Paula Eike) passou. E tá tudo indo bem. Cada vez mais tranquilo. E eu também, mais tranquila e aprendendo a lidar com as coisas e aprendendo que com algumas não tem nada que eu possa fazer. Então: foda-se.

Minha companhia tá tão agradável hoje que acho até que aquele latão de bud na geladeira tá me merecendo.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Eu me sinto mole.
A minha vida tá mole.
Sem ossos.
Sou só um monte mole de alguma coisa que sobrou do que um dia foi gente.

Agora que coisas se encerraram e tão se encerrando.
Agora que as coisas deveriam começar a começar.
Agora que eu tinha tudo pra estar feliz.
Eu só me arrasto.
Molemente.
E passo os dias a vê-los passar.
Passo todos os meus minutos sentindo os braços pesados e as pernas bambas.

Meu travesseiro é meu lugar preferido no mundo.
Ver pessoas e ser obrigada a me esforçar pra tratar elas de qualquer jeito que seja é um suplício.

Só queria ficar de molho dentro de uma xícara de chá.
Ou dormir no meu sofá cama.
Ou me isolar numa bolha de silêncio.

E a culpa não é de ninguém.
Não tem ninguém me fazendo nada agora.
A não ser eu mesma.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Agora eu tenho um sofá cama e enorme e dois gatinhos (três, na verdade) pra dividir comigo.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Aqui em casa tudo é cupim.
O chá é morango com cupim.
O travesseiro não é de penas, mas de cupim.
Do chuveiro não sai mais água.
O saco do arroz é tudo, menos arroz.
Não se encontram aranhas dentro dos sapatos, mas cachoeiras de cupim.
To ficando tão louca que consigo ouvir eles caírem.

Acho que na verdade, somos nós os intrusos, como no filme Os outros.
Os cupins dominaram a casa.
Só queria alguma coisa que me permitisse aproveitar essa chuva maravilhosa, meu chá de marcela e essa música. Sem essa ansiedade. Sem essa falta de vontade da vida.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Gente, para tudo

Ganhei hoje, da minha tia, uma calça antiga (mas nem tanto) que ela tinha parada. Olhei o número e pensei "nunca vai entrar na minha coxa".
A calça, da Hering, era 40.
Eu parei há tempos de me importar com o número de calça que eu visto. Se o número que eu usava mês passado não serve, procuro na arara uma maior e levo se me sentir confortável. Bem simples. Não entro mais em nóia.


A calça que experimentei hoje, número 40, me serviu. E ficou ótima aliás.
Mas fiquei puta, pra variar. Ué, mas por quê?
Porque compro calças 46 na renner. Sim, a calça mais escura na foto é número 46, enquanto a mais clara é 40.

Fico puta, sim, porque os caras conseguem pôr na nossa cabeça que a gente "engordou". E grande bosta se a gente engordou, o nosso corpo, além de ser só uma casca, tem só que nos proporcionar coisas boas. Todas as nossas experiências - que são dadas através dos nossos sentidos - são incríveis e a gente precisa de um corpo pra ter elas. To-di-nhas. Então se alguém pôr na nossa cabeça que tem alguma coisa errada com o nosso corpo, as nossas experiências vão estar prejudicadas.
Apesar de esse texto tocar poucas pessoas, espero que todas nós nos sintamos mais confortáveis conosco. Com as peças e os números que usamos. E lembremos que os números são só mais um artifício pra nos fazer sentir erradas, diferentes, gordas (qual o problema disso? não entendo).

Acho legal que esteja tão forte esse negócio do plus size, mas ia ser mais legal se esses tamanhos só fossem confeccionados como todas as outras peças e nós não chamadas de numeração "especial". Odeio essas palavras: normal/especial. Nos diferenciam tanto das outras pessoas. E só pra deixar claro, porque parece ainda não estar: a gente não tem nada de diferente, de especial.