quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Uma persona dentro de tantas quantas eu nunca vou ser capaz de contabilizar.
Foi isso que eu amei. E amei tudo que podia, porque é assim que eu sou: de amar inteira.
E me dei por inteira.
Pra alguém.
Que não existe.
100% 200%
Em uma utopia desmedida e descabida.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O fim

A gente tem mania de dizer que porque acabou, não deu certo. Mas não é assim. Deu certo por um bom tempo (eu sei que não andava dando certo há bastante tempo, mas a gente não pode reclamar das coisas desse jeito).
E daí um dia a gente tem a incrível ideia de se arrepender de tudo. E te digo, agora muito mais madura, que não me arrependo, e que se arrepender é uma puta infantilidade.
Me arrepender de tudo que aconteceu é como me arrepender de mim. Porque tudo que aconteceu contribuiu pra eu ser o que eu sou hoje. Qualquer uma das minhas experiências, se retirada de mim, me tornaria outra pessoa (e viva o Bakhtin!).
Nesse tempo eu perdi muita gente e não existe nada que eu pense mais do que isso, de como eu fui estúpida. Mas ao mesmo tempo eu conheci tanta gente, tanta coisa.
Coisas como ter entrado pras letras, nunca teriam acontecido. Assim como eu não teria estudado francês (Je ne l'aurais pas étudié! aprendi hahaha). Eu não teria conhecido a louca da Isabella, nem a Mariza, nem a Maristela e aquela literatura maravilhosa, nem a Ana Maria e nem o Deividi (que nos entende como a gente é, aloprados). Eu não teria conhecido o Aulus, o professor mais incrível desse mundo! Eu não teria feito teoria do conto, e não conheceria o Cortázar nem o Borges.
Além de que eu não conheceria nem a Luiza, nem o Adriano, nem a Marília, nem o Éberson (e por conseguinte, nunca teria lido Valter Hugo Mãe).
E eu também nunca teria conhecido os melhores arrastadores de pessoa pro bar: a Iria e o Pc. Gente, isso ia tá tão errado!
Não teria conhecido a Gabi e a Kathleen, e a gente nunca ia ter se trocado contos. Nem o Tainam e a Yasmin.
Não teria conhecido a Ru! Como assim? Isso não pode tá certo! Como eu poderia me arrepender de ter feito o que me fez conhecer ela? Nem a Alê, nem a Gil, nem o César.
Eu não seria professora, não teria tido minhas três turmas de francês. Eu sei que eu sou preguiçosa e fico reclamando de barriga cheia, mas não tem nada que me realize mais que dar aula. Imagina não ter conhecido essas setenta pessoas? SETENTA PESSOAS PASSARAM PELAS MINHAS MÃOS DE PROFESSORA! Eles me mostram que eu sou competente no que eu faço. Eu sou orgulhosa de todos e cada um, especialmente.
Não conheceria a louca da Júlia, nem a Sylvia e a Luiza. Nem o Jocar! Meu Deus.
E eu não conheceria o Péc, nem o Jeff, nem o Bugs, nem a Ana, nem a Gabi! E NEM O VARENYKY! Eu nunca teria comido bacon. Meu deus! Bacon! Eu devo o bacon ao Jeff! E purê de batata com queijo hahahaha

Nos falta gratidão nesse tipo de situação, pra ver tudo de bom que aconteceu.
Nos falta a leitura da Minli, pra gente ver o que realmente importa.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Tendo uma DR comigo mesma

Hoje, dando minha pedalada habitual rumo à academia, parei de olhar pra roda da bicicleta e me dei de conta de onde eu tava.
É tudo tão grande e incrível e a gente nem percebe porque tá vidrado num quadrado eletrônico.
Pedalar é uma daquelas coisas, pra mim, que eu faço só porque gosto. Não tenho obrigação e faço ainda assim. Ir pra academia tem sido prazeroso também, apesar de eu ser preguiçosa e fiasquenta.
Daí tava eu lá, fazendo meu exercício no meio de mais um monte de gente que também tava fazendo o seu e acordei pra vida. Percebi o quão grande é tudo isso e o quão pequenos somos nós.
Ontem mesmo, quando tava indo, vi uma revoada de passarinhos que acordavam e saíam dos ninhos. Dezenas, centenas de passarinhos. E ainda assim eu consegui chegar na academia de mau humor.
Tudo é mau humor. Ir pra faculdade é mau humor. Escolher o que eu vou vestir é mau humor. Nem ler eu leio mais - nem por prazer, nem por obrigatoriedade.
Daí me deu pra parar e pensar:
1. Eu não sei porque eu tô aqui, pode ser que eu só faça parte de um ciclo orgânico ou pode ser que eu seja parte de uma coisa mística muito maior. Mas independente do motivo, eu tô aqui e ninguém pode mudar isso. Eu posso, então, continuar a ser uma chata e afastar todo mundo de mim OU me esforçar pra ver o lado bom das coisas pra levar uma vida mais leve, até porque viver é uma experiência do caralho, tudo que a gente pode aprender, tudo o que a gente pode fazer: é absurdo.
2. Fazendo parte ou não de "algo muito maior" (le-sê: místico) eu faço parte do ciclo da vida, o que é muito louco: pensar que eu tenho órgãos dentro de mim funcionando nesse segundo em que eu escrevo, que pra que eu escreva muitas ligações tão sendo feitas no meu cérebro ou sei lá eu o que, que pra coçar meu nariz um monte de coisa tem que funcionar. Quando eu paro pra pensar nisso eu meio que piro, porque parece louco demais pra ser real.
3. E eu não tô sozinha, tem tanta coisa acontecendo agora e tinha tanta coisa acontecendo enquanto eu pedalava hoje mais cedo. As folhas das árvores, todas verdinhas e lindas, com aqueles tons diferentes, uma em contraste com a outra, sendo mexidas por aquele vento que também tava bagunçando a minha franja, que também tava fazendo cortinas balançarem e corpos se aliviarem do calor. Tudo tá junto, interligado, acontecendo porque sim, por que é assim que tem que ser.
Daí comecei a me sentir uma porcaria por não perceber como tudo é maravilhoso e extraordinário e ficar remoendo meus pequenos ódios dentro do meu universo particular.
Nem a fluoxetina tem me ajudado a me manter com a cabeça longe das coisas ruins. Daí ganhei uma grana de páscoa e pensei: vou na psiquiatra. Não, não vou: vou castrar o Téo e fazer uma terapia diferente (ir na Vanguarda gastar todo o dinheiro que sobrar em livros de contos).
Aliás, tá aí uma coisa que só me faz bem: Teoria do Conto. Preciso me reaproximar do que me faz bem e me distanciar da minha própria cabeça quando ela me fazer mal.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

É mais fácil sustentar um burro a pão de ló do que eu a garrafa térmica

No primeiro ano da faculdade, ganhei da mãe uma térmica pequena pra levar café. Numa dessas, ela caiu um buleu e se espatifou em mil pedacinhos. Nesse dia, fiquei sem café.
Na metade do ano passado, eu tava tomando um mate com o Juan e a térmica começou a vazar. Fui até a cozinha, esvaziei a garrafa e tirei o fundo pra ver se o vidro tava rachado/rachando. Caiu no chão e também se espatifou em mil pedacinhos.
Hoje, estávamos o Juan e eu no quadrado, quando eu tirei a térmica de dentro da mateira e pus ela do meu lado, peguei a cuia e quando fui pegar a térmica de novo, adivinha... bati nela muito sem querer e muito de leve e ela caiu de lado se espatifando em mil pedacinhos.
A gente sempre vai pro quadrado com o mate e esquece de levar casaco e tem que voltar cedo. Hoje eu levei. A gente tava bem quentinho. Só que ficamos sem o mate.