tag:blogger.com,1999:blog-13716195361469723012024-03-13T11:55:26.122-03:00Vacas VoadorasIngrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.comBlogger59125tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-21247274106208707252017-05-02T19:23:00.001-03:002017-05-02T19:23:30.878-03:00O lado ruim do círculo é que uma hora a gente volta pro mesmo lugarTudo tudo tudo são ciclos.<br />
Tá ruim? Vai passar.<br />
Tá bom? Vai também.<br />
Pelo menos é certo que a gente não vai ficar o tempo todo na fossa. Infelizmente também é certo que uma hora a gente volta.Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-70842612848589566782016-09-25T22:51:00.000-03:002016-09-25T22:51:14.714-03:00Por quatro anos eu me senti a maior incompetente do planeta terra.<br />
Achei que nunca ia me virar, dar minhas aulas, procurar emprego, me sentir feliz sozinha, fazer amigos, ter companhias que realmente gostassem de mim e, pasmem, andar de bicicleta.<br />
<br />
Cada dia que passa eu provo pra mim mesma que eu sou totalmente capaz, e mais, competente.<br />
Cada dia que passa eu gosto mais de mim.<br />
Gosto do meu jeito de trabalhar. Gosto de andar de bicicleta sozinha, ver filme e gargalhar sozinha. Gosto de beber. Gosto dos meus gatos e dos meus livros. Gosto das minhas gordurinhas e do meu cabelo verde.<br />
<br />
Tudo que passou, graças a (insira aqui sua entidade favorita. a minha é a Paula Eike) passou. E tá tudo indo bem. Cada vez mais tranquilo. E eu também, mais tranquila e aprendendo a lidar com as coisas e aprendendo que com algumas não tem nada que eu possa fazer. Então: foda-se.<br />
<br />
Minha companhia tá tão agradável hoje que acho até que aquele latão de bud na geladeira tá me merecendo.Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-9693287496352772392016-05-11T12:00:00.000-03:002016-05-11T12:01:38.595-03:00Eu me sinto mole.<br />
<div>
A minha vida tá mole.</div>
<div>
Sem ossos.</div>
<div>
Sou só um monte mole de alguma coisa que sobrou do que um dia foi gente.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Agora que coisas se encerraram e tão se encerrando.</div>
<div>
Agora que as coisas deveriam começar a começar.</div>
<div>
Agora que eu tinha tudo pra estar feliz.</div>
<div>
Eu só me arrasto.</div>
<div>
Molemente.</div>
<div>
E passo os dias a vê-los passar.</div>
<div>
Passo todos os meus minutos sentindo os braços pesados e as pernas bambas.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Meu travesseiro é meu lugar preferido no mundo.</div>
<div>
Ver pessoas e ser obrigada a me esforçar pra tratar elas de qualquer jeito que seja é um suplício.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Só queria ficar de molho dentro de uma xícara de chá.</div>
<div>
Ou dormir no meu sofá cama.</div>
<div>
Ou me isolar numa bolha de silêncio.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
E a culpa não é de ninguém.</div>
<div>
Não tem ninguém me fazendo nada agora.</div>
<div>
A não ser eu mesma.</div>
Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-62675123569260600912016-05-06T19:17:00.001-03:002016-05-06T19:17:16.784-03:00Agora eu tenho um sofá cama e enorme e dois gatinhos (três, na verdade) pra dividir comigo.Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-38501418178784294882016-04-18T13:41:00.001-03:002016-09-05T17:58:41.267-03:00Aqui em casa tudo é cupim.<br />
O chá é morango com cupim.<br />
O travesseiro não é de penas, mas de cupim.<br />
Do chuveiro não sai mais água.<br />
O saco do arroz é tudo, menos arroz.<br />
Não se encontram aranhas dentro dos sapatos, mas cachoeiras de cupim.<br />
To ficando tão louca que consigo ouvir eles caírem.<br />
<br />
Acho que na verdade, somos nós os intrusos, como no filme Os outros.<br />
Os cupins dominaram a casa.Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-61249166672815462512016-04-18T13:24:00.003-03:002016-04-18T13:24:49.517-03:00Só queria alguma coisa que me permitisse aproveitar essa chuva maravilhosa, meu chá de marcela e essa música. Sem essa ansiedade. Sem essa falta de vontade da vida.Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-67295397323944269322016-04-14T12:04:00.000-03:002016-04-14T12:04:43.048-03:00Gente, para tudoGanhei hoje, da minha tia, uma calça antiga (mas nem tanto) que ela tinha parada. Olhei o número e pensei "nunca vai entrar na minha coxa".<br />
A calça, da Hering, era 40.<br />
Eu parei há tempos de me importar com o número de calça que eu visto. Se o número que eu usava mês passado não serve, procuro na arara uma maior e levo se me sentir confortável. Bem simples. Não entro mais em nóia.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdQXwjbjkFlna0Rlo2ACXnYhXrDAK7-unn9tptDEcyrHkEpt-5BD_femtFzBuHK_0WYrZBRyg67kGdRTbPCDG-1xtq5D5Hk43Kn9FNFa5lBg6_hi-v6USPe3UxKJUImg4GVU_LoL9MEIY/s1600/ai+que+absurdo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdQXwjbjkFlna0Rlo2ACXnYhXrDAK7-unn9tptDEcyrHkEpt-5BD_femtFzBuHK_0WYrZBRyg67kGdRTbPCDG-1xtq5D5Hk43Kn9FNFa5lBg6_hi-v6USPe3UxKJUImg4GVU_LoL9MEIY/s400/ai+que+absurdo.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
A calça que experimentei hoje, número 40, me serviu. E ficou ótima aliás.<br />
Mas fiquei puta, pra variar. Ué, mas por quê?<br />
Porque compro calças 46 na renner. Sim, a calça mais escura na foto é número 46, enquanto a mais clara é 40.<br />
<br />
Fico puta, sim, porque os caras conseguem pôr na nossa cabeça que a gente "engordou". E grande bosta se a gente engordou, o nosso corpo, além de ser só uma casca, tem só que nos proporcionar coisas boas. Todas as nossas experiências - que são dadas através dos nossos sentidos - são incríveis e a gente precisa de um corpo pra ter elas. To-di-nhas. Então se alguém pôr na nossa cabeça que tem alguma coisa errada com o nosso corpo, as nossas experiências vão estar prejudicadas.<br />
Apesar de esse texto tocar poucas pessoas, espero que todas nós nos sintamos mais confortáveis conosco. Com as peças e os números que usamos. E lembremos que os números são só mais um artifício pra nos fazer sentir erradas, diferentes, gordas (qual o problema disso? não entendo).<br />
<br />
Acho legal que esteja tão forte esse negócio do plus size, mas ia ser mais legal se esses tamanhos só fossem confeccionados como todas as outras peças e nós não chamadas de numeração "especial". Odeio essas palavras: normal/especial. Nos diferenciam tanto das outras pessoas. E só pra deixar claro, porque parece ainda não estar: a gente não tem nada de diferente, de especial.Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-78390771603536405952016-04-13T08:20:00.002-03:002016-04-13T08:22:57.890-03:00Quando os dias começam muito mal, um atrás do outro, eu tenho que parar, respirar, acordar em um novo dia com um café e uma torrada de queijo.<br />
Só assim a gente quebra as energias ruins que circundam a nossa cabeça, só assim a gente interrompe um ciclo vicioso e desagradável.<br />
Meu café tá no fim, mas meu dia tá recém começando.<br />
Tá uma chuva linda na rua (há umas três semanas). E eu não aproveitei nenhum dia dela.<br />
Terminei um livro ontem e não dei importância pra isso.<br />
Desci a máquina de escrever e ainda não escrevi nada relevante.<br />
<br />
"Esta é a hora, este é o momento, isto<br />
É quem somos, e é tudo."<br />
<br />
Vou colher o dia, porque sou ele, e só isso: esse pequeno instante que é o agora.Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-85137802815352956162016-03-30T20:56:00.000-03:002016-03-30T20:56:21.764-03:00Tem dias que não consigo desacreditar das outras vidas (apesar de racionalmente, elas não fazerem nenhum sentido pra mim).<br />
<br />
Um dia apareceu na faculdade um cara que eu tinha certeza de que conhecia, mas como pareceu não me reconhecer, fiquei na minha. Um dia ouvi o nome. Não era Felipe.<br />
Ontem, saindo da aula, conversávamos e falei pra ele como ele me parecia um amigo do colégio. Ele disse que desde a primeira vez que me viu, teve certeza de que eu não era estranha, de que já nos conhecíamos.<br />
Somos, ambos, de Pelotas, mas nunca nos cruzamos antes da faculdade.<br />
É uma daquelas pessoas que tu sente uma coisa boa por ter perto (mesmo que isso seja só nas cadeiras da faculdade).<br />
Incrível, mas isso não sai da minha cabeça.<br />
É como a Magda sempre conta que a primeira vez que ela me viu, tinha uma luz no meu ombro e ela teve certeza de que a gente já se amava há muito muito tempo.Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-9844600012361325732016-03-16T12:29:00.001-03:002016-03-16T12:29:50.551-03:00A gente sempre fala de comida de vó, de comida de mãe. Que são maravilhosas, são mesmo. Mas a gente tá esquecendo de falar de comida de tia.Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-37591771947321068772016-02-22T09:51:00.000-03:002016-02-22T09:54:20.270-03:00Das loucuras que eu mais gosto de cometer: entrar no site da saraiva e gastar 120 reais em livros.<br />
É, eu sei, eu tava tentando juntar uma grana. Mas a saraiva é tão amorzinho.<!--3-->Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-68840923700061501522016-02-16T09:03:00.001-02:002016-02-16T09:03:34.037-02:00Tomei um banho.<br />
De mangueira.<br />
Pela vizinha que aguava as plantas.<br />
<br />
O computador passa bem.Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-86895441076860534692016-02-06T01:57:00.003-02:002016-02-06T01:57:32.276-02:00aquele momento triste da ida no super que tu passa correndo desesperado por um corredor em buscar de saco de lixo e tem certeza de que a claudia leitte tá agachada fazendo xixi num cantinho. era só um cartaz.<br />
super mercado em sexta-feira dia de pagamento véspera de carnaval faz mal pro ser humano.Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-28850850630829444152016-01-27T22:00:00.004-02:002016-01-27T22:00:58.150-02:00A gente tem mania de achar que o problema maior é sempre nosso.<div>
E esse negócio de corpos é muito complicado. Eu sempre vou achar que o meu é o pior; enquanto todas as minas vão achar que os delas são piores; e ultimamente percebi que até os caras são noiados.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
A gente precisava era aprender de uma vez por todas a se amar. E ponto final.</div>
Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-39800719235163840672016-01-25T16:31:00.001-02:002016-01-25T16:35:45.037-02:00Eu uso isso aqui pra brincar. Mas cansei de brincar. Porque o mundo não tá brincando com a gente e acho que tá mais que na hora de abrir a boca e gritar na cara de quem não nos respeita.<br />
<br />
Ontem, tava esperando na parada do ônibus, e passaram dois caras em uma moto e mexeram comigo.<br />
Eu sempre fui muito quietinha, muito envergonhada, muito de achar que deixa pra lá, que é melhor ignorar. Mas vivi nos últimos anos várias situações abusivas (sem percebê-las como tal) e cheguei à conclusão de que eu não posso deixar as coisas como elas tão e me fazer de louca porque é mais fácil.<br />
Logo, passaram esses caras e o quê eu fiz? Mandei eles longe. Pode não ter sido a melhor resposta, mas era a maneira possível de eu me impor naquele momento. Tu acha que teria condições de esses caras descerem da moto e a gente ter uma conversa sobre respeito, sobre violência? Se, por um acaso, eles descessem, seria pra, no mínimo, me xingar.<br />
Não satisfeitos de passar uma vez, eis que os vejo voltando, dessa vez três homens em duas motos. E passaram pra gritar comigo. Me chamaram de gorda (nossa, parabéns, vocês não imaginam como as minhas gordurinhas tão chorando agora), de vagabunda, me mandaram longe e várias outras coisas que não consegui distinguir em meio à enxurrada de xingamentos.<br />
E o que eu fiz dessa vez? Nada. Porque eu tenho medo. E fico pensando quantas vezes, pra revidar de uma agressão, a gente tem que correr, fugir com medo.<br />
<br />
Mas, então, o ponto que eu quero chegar com tudo isso é nessa violência mascarada de "elogio".<br />
Caras, vocês precisam perceber que não, não é legal, ser olhada, julgada e comentada na rua. Vocês passam do limite da boa convivência (pra não dizer de outras coisas) quando invadem o meu espaço e o meu direito de tá lá, na rua, pegando o meu ônibus, ou tomando a minha cerveja, ou fazendo a porra que eu quiser, assim como vocês.<br />
É sobre aquela velha máxima de o teu limite de liberdade ser o início dos meus direitos.<br />
<br />
Mas essa situação de ontem aconteceu porque eu não concordei com as atitudes deles. Porque eu me impus contra os donos do mundo. Se eu tivesse baixado a cabeça, eles teriam ido embora rindo satisfeitos por o mundo ter feito mais uma bostinha quietinha. Eles voltam por se sentirem ofendidos (????). Eu ofendi o direito deles de objetificarem e assediarem mulheres? Eu ofendi eles por não ter me calado perante a violência?<br />
<br />
E, ah, caras, vocês aí que tão passando agora numa parada de ônibus qualquer e gritando pra uma mina sozinha, deem uma olhadinha <a href="http://thatsthefinger.com/">nisso</a>.<br />
<br />
<br />
É uma merda que a gente tenha que passar por isso tantas vezes e que algumas de nós tenham naturalizado isso e achem que somos loucas. Mas desejo a todas nós que sempre tenhamos forças pra mostrar um lindo e grande dedo-feio nessas situações.Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-8950617718854636412016-01-01T12:44:00.000-02:002016-01-01T12:44:30.601-02:00Eu não acredito em conselhos e avisos.<br />
Eu não acredito que nós, seres humanos, sejamos inteligentes a ponto de ouvir o que as pessoas dizem.<br />
A gente aprende é quebrando a cara. Independente de quantas pessoas nos disserem que aquilo vai dar errado.<br />
<br />
Pensando desse jeito, acordei nesse 2016 louco (que pra mim tá igual a ontem) pensando que 2015 foi bom, sim: pra aprender a não ser trouxa. Porque conselhos sempre me deram, mas esse ano, vou te contar, tomei no cu pra mais da conta. Logo, aprendi. Logo, não vou fazer de novo. Logo, valeu de alguma coisa.Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-10538709622973492752015-12-17T20:22:00.002-02:002015-12-17T20:25:24.291-02:00Uma persona dentro de tantas quantas eu nunca vou ser capaz de contabilizar.<br />
Foi isso que eu amei. E amei tudo que podia, porque é assim que eu sou: de amar inteira.<br />
E me dei por inteira.<br />
Pra alguém.<br />
Que não existe.<br />
100% 200%<br />
Em uma utopia desmedida e descabida.Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-32076806662171323762015-11-05T15:12:00.000-02:002015-11-05T15:22:45.077-02:00O fimA gente tem mania de dizer que porque acabou, não deu certo. Mas não é assim. Deu certo por um bom tempo (eu sei que não andava dando certo há bastante tempo, mas a gente não pode reclamar das coisas desse jeito).<br />
E daí um dia a gente tem a incrível ideia de se arrepender de tudo. E te digo, agora muito mais madura, que não me arrependo, e que se arrepender é uma puta infantilidade.<br />
Me arrepender de tudo que aconteceu é como me arrepender de mim. Porque tudo que aconteceu contribuiu pra eu ser o que eu sou hoje. Qualquer uma das minhas experiências, se retirada de mim, me tornaria outra pessoa (e viva o Bakhtin!).<br />
Nesse tempo eu perdi muita gente e não existe nada que eu pense mais do que isso, de como eu fui estúpida. Mas ao mesmo tempo eu conheci tanta gente, tanta coisa.<br />
Coisas como ter entrado pras letras, nunca teriam acontecido. Assim como eu não teria estudado francês (Je ne l'aurais pas étudié! aprendi hahaha). Eu não teria conhecido a louca da Isabella, nem a Mariza, nem a Maristela e aquela literatura maravilhosa, nem a Ana Maria e nem o Deividi (que nos entende como a gente é, aloprados). Eu não teria conhecido o Aulus, o professor mais incrível desse mundo! Eu não teria feito teoria do conto, e não conheceria o Cortázar nem o Borges.<br />
Além de que eu não conheceria nem a Luiza, nem o Adriano, nem a Marília, nem o Éberson (e por conseguinte, nunca teria lido Valter Hugo Mãe).<br />
E eu também nunca teria conhecido os melhores arrastadores de pessoa pro bar: a Iria e o Pc. Gente, isso ia tá tão errado!<br />
Não teria conhecido a Gabi e a Kathleen, e a gente nunca ia ter se trocado contos. Nem o Tainam e a Yasmin.<br />
Não teria conhecido a Ru! Como assim? Isso não pode tá certo! Como eu poderia me arrepender de ter feito o que me fez conhecer ela? Nem a Alê, nem a Gil, nem o César.<br />
Eu não seria professora, não teria tido minhas três turmas de francês. Eu sei que eu sou preguiçosa e fico reclamando de barriga cheia, mas não tem nada que me realize mais que dar aula. Imagina não ter conhecido essas setenta pessoas? SETENTA PESSOAS PASSARAM PELAS MINHAS MÃOS DE PROFESSORA! Eles me mostram que eu sou competente no que eu faço. Eu sou orgulhosa de todos e cada um, especialmente.<br />
Não conheceria a louca da Júlia, nem a Sylvia e a Luiza. Nem o Jocar! Meu Deus.<br />
E eu não conheceria o Péc, nem o Jeff, nem o Bugs, nem a Ana, nem a Gabi! E NEM O VARENYKY! Eu nunca teria comido bacon. Meu deus! Bacon! Eu devo o bacon ao Jeff! E purê de batata com queijo hahahaha<br />
<br />
Nos falta gratidão nesse tipo de situação, pra ver tudo de bom que aconteceu.<br />
Nos falta a leitura da Minli, pra gente ver o que realmente importa.Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-43410717633207852162015-04-14T11:02:00.002-03:002015-04-14T11:02:56.247-03:00Tendo uma DR comigo mesmaHoje, dando minha pedalada habitual rumo à academia, parei de olhar pra roda da bicicleta e me dei de conta de onde eu tava.<br />
É tudo tão grande e incrível e a gente nem percebe porque tá vidrado num quadrado eletrônico.<br />
Pedalar é uma daquelas coisas, pra mim, que eu faço só porque gosto. Não tenho obrigação e faço ainda assim. Ir pra academia tem sido prazeroso também, apesar de eu ser preguiçosa e fiasquenta.<br />
Daí tava eu lá, fazendo meu exercício no meio de mais um monte de gente que também tava fazendo o seu e acordei pra vida. Percebi o quão grande é tudo isso e o quão pequenos somos nós.<br />
Ontem mesmo, quando tava indo, vi uma revoada de passarinhos que acordavam e saíam dos ninhos. Dezenas, centenas de passarinhos. E ainda assim eu consegui chegar na academia de mau humor.<br />
Tudo é mau humor. Ir pra faculdade é mau humor. Escolher o que eu vou vestir é mau humor. Nem ler eu leio mais - nem por prazer, nem por obrigatoriedade.<br />
Daí me deu pra parar e pensar:<br />
1. Eu não sei porque eu tô aqui, pode ser que eu só faça parte de um ciclo orgânico ou pode ser que eu seja parte de uma coisa mística muito maior. Mas independente do motivo, eu tô aqui e ninguém pode mudar isso. Eu posso, então, continuar a ser uma chata e afastar todo mundo de mim OU me esforçar pra ver o lado bom das coisas pra levar uma vida mais leve, até porque viver é uma experiência do caralho, tudo que a gente pode aprender, tudo o que a gente pode fazer: é absurdo.<br />
2. Fazendo parte ou não de "algo muito maior" (le-sê: místico) eu faço parte do ciclo da vida, o que é muito louco: pensar que eu tenho órgãos dentro de mim funcionando nesse segundo em que eu escrevo, que pra que eu escreva muitas ligações tão sendo feitas no meu cérebro ou sei lá eu o que, que pra coçar meu nariz um monte de coisa tem que funcionar. Quando eu paro pra pensar nisso eu meio que piro, porque parece louco demais pra ser real.<br />
3. E eu não tô sozinha, tem tanta coisa acontecendo agora e tinha tanta coisa acontecendo enquanto eu pedalava hoje mais cedo. As folhas das árvores, todas verdinhas e lindas, com aqueles tons diferentes, uma em contraste com a outra, sendo mexidas por aquele vento que também tava bagunçando a minha franja, que também tava fazendo cortinas balançarem e corpos se aliviarem do calor. Tudo tá junto, interligado, acontecendo porque sim, por que é assim que tem que ser.<br />
Daí comecei a me sentir uma porcaria por não perceber como tudo é maravilhoso e extraordinário e ficar remoendo meus pequenos ódios dentro do meu universo particular.<br />
Nem a fluoxetina tem me ajudado a me manter com a cabeça longe das coisas ruins. Daí ganhei uma grana de páscoa e pensei: vou na psiquiatra. Não, não vou: vou castrar o Téo e fazer uma terapia diferente (ir na Vanguarda gastar todo o dinheiro que sobrar em livros de contos).<br />
Aliás, tá aí uma coisa que só me faz bem: Teoria do Conto. Preciso me reaproximar do que me faz bem e me distanciar da minha própria cabeça quando ela me fazer mal.Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-55772715586002083312015-01-30T22:17:00.001-02:002015-01-30T22:17:15.184-02:00É mais fácil sustentar um burro a pão de ló do que eu a garrafa térmicaNo primeiro ano da faculdade, ganhei da mãe uma térmica pequena pra levar café. Numa dessas, ela caiu um buleu e se espatifou em mil pedacinhos. Nesse dia, fiquei sem café.<br />
Na metade do ano passado, eu tava tomando um mate com o Juan e a térmica começou a vazar. Fui até a cozinha, esvaziei a garrafa e tirei o fundo pra ver se o vidro tava rachado/rachando. Caiu no chão e também se espatifou em mil pedacinhos.<br />
Hoje, estávamos o Juan e eu no quadrado, quando eu tirei a térmica de dentro da mateira e pus ela do meu lado, peguei a cuia e quando fui pegar a térmica de novo, adivinha... bati nela muito sem querer e muito de leve e ela caiu de lado se espatifando em mil pedacinhos.<br />
A gente sempre vai pro quadrado com o mate e esquece de levar casaco e tem que voltar cedo. Hoje eu levei. A gente tava bem quentinho. Só que ficamos sem o mate.Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-36745359453620733652014-09-24T11:40:00.000-03:002014-09-24T11:40:31.427-03:00Essas letrasTodo mundo sabe que quando eu entrei pra universidade eu queria fazer artes ou design. Mas me chamaram primeiro pra letras e eu optei por fazer a matrícula. O engraçado é que depois me chamaram pra artes, mas eu não quis tentar me desmatricular das letras e fazer a matrícula nas artes, pensei que deixava pra depois, pedia reopção, fazia o vestibular de novo, enfim.<br />
Eu contava os dias pra pedir reopção, chegava em casa e não sabia o que fazer pra sair do curso. Acabei trancando duas disciplinas (e, por acaso, é por isso que vou atrasar minha formação em um ano). Quando chegou o período de reopção, o curso tinha me amaciado com batedor de bife e eu não queria mais ir embora. Tive ainda uns três semestres de crise existencial por não ter pedido reopção, mas no fim eu sempre resolvia ficar.<br />
Esses tempos minha tia me perguntou se eu não pensava mais em ir pras artes. Não. Sosseguei a bunda na cadeira agora. Não quero sair da Federal sem ter terminado esse curso. E eu não me imagino fazendo mais nada. Parece que as letras e eu nascemos uma para a outra.<br />
Esse curso dos inferno me ensinou a ler, e ler diferente, ler loucamente. Eu não tinha o hábito da leitura até, mais ou menos, os treze anos, e quando comecei, lia coisas não muito bem cotadas - não, eu não me arrependo. Mas os caras me fizeram ver coisas que, meu deus, eu nunca imaginaria. Além de que o curso é um formador identitário. Eu venho me formando como pessoa ao mesmo tempo que entendo as pessoas.<br />
Enfim, é lindo. Só o que eu sei é que eu não posso, e não quero, nunca me desligar do universo das letras.<br />
Maristela, Aulus e Imgart, vocês são mais que exemplos, vocês são objetivos pra mim.Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-63205968473639040952014-08-25T10:47:00.001-03:002014-08-25T10:47:17.368-03:00E-mail pro Papai NoelSer criança é foda porque a gente não pode dar presente de natal porque a gente não tem salário.<br />
Comecei hoje a encomendar os presentes de Natal. Eu sei que parece cedo, mas só assim eu vou conseguir dar o que eu quiser pra quem eu quiser.<br />
Tô me sentido gente grande.Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-5918096154072320322014-07-09T11:03:00.002-03:002014-07-09T11:03:55.657-03:00Sim, eu gastei quase todo o meu salário em três dias. Se eu tô arrependida? Bem capaz.<br />
Trabalhei quase dois meses antes de receber, se eu não puder converter dinheiro em coisas legais, não tem porque eu trabalhar. Eu sei que um dia eu vou precisar sustentar uma casa, mas enquanto eu não tenho, é melhor que eu aproveite.<br />
<br />
O que ia ser mais legal no fim das contas?<br />
600 reais guardadinhos no banco OU um violão, 9 livros novos e mais umas bugigangas?Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-5112150468560542032014-07-08T12:41:00.001-03:002014-07-08T12:41:39.951-03:00A mudança tem que começar dentro da gente.<br />
Tô de saco cheio de gente querendo um mundo melhor e jogando o papelzinho da bala no chão.Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1371619536146972301.post-13084361503824390082014-06-24T23:12:00.002-03:002014-06-24T23:12:42.778-03:00Como agora eu sou monitora e ganho pra trabalhar nisso, tava pensando em comprar uma câmera massa pra fazer umas fotos melhores e tal. Mas repensei. Não quero voltar a assistir a vida em quatro polegadas.Ingrid Islabãohttp://www.blogger.com/profile/14418255938358179955noreply@blogger.com0