quinta-feira, 14 de abril de 2016

Gente, para tudo

Ganhei hoje, da minha tia, uma calça antiga (mas nem tanto) que ela tinha parada. Olhei o número e pensei "nunca vai entrar na minha coxa".
A calça, da Hering, era 40.
Eu parei há tempos de me importar com o número de calça que eu visto. Se o número que eu usava mês passado não serve, procuro na arara uma maior e levo se me sentir confortável. Bem simples. Não entro mais em nóia.


A calça que experimentei hoje, número 40, me serviu. E ficou ótima aliás.
Mas fiquei puta, pra variar. Ué, mas por quê?
Porque compro calças 46 na renner. Sim, a calça mais escura na foto é número 46, enquanto a mais clara é 40.

Fico puta, sim, porque os caras conseguem pôr na nossa cabeça que a gente "engordou". E grande bosta se a gente engordou, o nosso corpo, além de ser só uma casca, tem só que nos proporcionar coisas boas. Todas as nossas experiências - que são dadas através dos nossos sentidos - são incríveis e a gente precisa de um corpo pra ter elas. To-di-nhas. Então se alguém pôr na nossa cabeça que tem alguma coisa errada com o nosso corpo, as nossas experiências vão estar prejudicadas.
Apesar de esse texto tocar poucas pessoas, espero que todas nós nos sintamos mais confortáveis conosco. Com as peças e os números que usamos. E lembremos que os números são só mais um artifício pra nos fazer sentir erradas, diferentes, gordas (qual o problema disso? não entendo).

Acho legal que esteja tão forte esse negócio do plus size, mas ia ser mais legal se esses tamanhos só fossem confeccionados como todas as outras peças e nós não chamadas de numeração "especial". Odeio essas palavras: normal/especial. Nos diferenciam tanto das outras pessoas. E só pra deixar claro, porque parece ainda não estar: a gente não tem nada de diferente, de especial.

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